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Como definimos liberdade quando falamos de cultura livre? Não é uma pergunta fácil, mas que precisa ser feita em tempos de uso & abuso da palavra liberdade por parte de extremistas à direita. Críticos à esquerda acusam aqueles que defendem a cultura livre de serem liberais, ou associam “cultura livre” a “mercado livre”. Durante muito tempo estas associações soavam tão grosseiras que nem pareciam precisar de respostas. Hoje, porém, a noção de liberdade precisa ser reapropriada pelos movimentos de defesa dos direitos, para assim nos diferenciarmos claramente dos movimentos de direita autodenominados “libertários”.

Mariana Fossati, socióloga uruguaia e ativista da cultura livre, parte do @articaonline, parceiro deste espaço já há muitos anos, escreveu um potente e curto texto em que discute o “livre” da cultura livre como uma liberdade positiva. O primeiro argumento é de que as quatro liberdades da cultura e do software livre não podem ser vistas somente na perspectiva de liberdades negativas, a partir da diferenciação entre liberdade positiva e negativa trabalhada no texto. Isso ocorre por duas razões principais: a primeira é porque, na prática, ao libertar a cultura do direito autoral, geramos um bem comum e, normalmente, uma comunidade à sua volta, passando então para o nível do coletivo.

A segunda é porque entendemos que “compartilhar é bom” não só para os indivíduos, mas para a comunidade, já que o acesso ao conhecimento é um direito básico para se poder exercer qualquer liberdade criativa - e há necessidades humanas, de ligação e de cultivo da uma cultura comum que são de ordem coletiva, e que são condicionantes para a autorrealização das pessoas. É uma visão que reitera a necessidade do progresso técnico e científico não ser exclusivo para poucos, mas sim generalizado.

Ao final, deixamos alguns comentários a respeito de pontos do texto, para poder seguir o debate. Por exemplo: Como criar e pôr em prática protocolos de cuidado dentro das comunidades de bens comuns livres para que estes bens não sejam apropriados sem critérios, desrespeitando as indicações das licenças (livres) e usados para o enriquecimento de ainda menos pessoas, como no caso do uso de dados sem consentimento para treinamento e sistemas de Inteligência Artificial Generativa de empresas como Meta e Open IA?

https://baixacultura.org/2024/08/29/cultura-livre-como-liberdade-positiva/



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Como definimos liberdade quando falamos de cultura livre? Não é uma pergunta fácil, mas que precisa ser feita em tempos de uso & abuso da palavra liberdade por parte de extremistas à direita. Críticos à esquerda acusam aqueles que defendem a cultura livre de serem liberais, ou associam “cultura livre” a “mercado livre”. Durante muito tempo estas associações soavam tão grosseiras que nem pareciam precisar de respostas. Hoje, porém, a noção de liberdade precisa ser reapropriada pelos movimentos de defesa dos direitos, para assim nos diferenciarmos claramente dos movimentos de direita autodenominados “libertários”.

Mariana Fossati, socióloga uruguaia e ativista da cultura livre, parte do @articaonline, parceiro deste espaço já há muitos anos, escreveu um potente e curto texto em que discute o “livre” da cultura livre como uma liberdade positiva. O primeiro argumento é de que as quatro liberdades da cultura e do software livre não podem ser vistas somente na perspectiva de liberdades negativas, a partir da diferenciação entre liberdade positiva e negativa trabalhada no texto. Isso ocorre por duas razões principais: a primeira é porque, na prática, ao libertar a cultura do direito autoral, geramos um bem comum e, normalmente, uma comunidade à sua volta, passando então para o nível do coletivo.

A segunda é porque entendemos que “compartilhar é bom” não só para os indivíduos, mas para a comunidade, já que o acesso ao conhecimento é um direito básico para se poder exercer qualquer liberdade criativa - e há necessidades humanas, de ligação e de cultivo da uma cultura comum que são de ordem coletiva, e que são condicionantes para a autorrealização das pessoas. É uma visão que reitera a necessidade do progresso técnico e científico não ser exclusivo para poucos, mas sim generalizado.

Ao final, deixamos alguns comentários a respeito de pontos do texto, para poder seguir o debate. Por exemplo: Como criar e pôr em prática protocolos de cuidado dentro das comunidades de bens comuns livres para que estes bens não sejam apropriados sem critérios, desrespeitando as indicações das licenças (livres) e usados para o enriquecimento de ainda menos pessoas, como no caso do uso de dados sem consentimento para treinamento e sistemas de Inteligência Artificial Generativa de empresas como Meta e Open IA?

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